A chegada da menstruação (menarca) e a vivências dos primeiros ciclos menstruais são momentos de transição que trazem mudanças corporais, fisiológicas, emocionais e energéticas, o que pode gerar sensações confusas, contraditórias e peculiares para cada menina. Na nossa sociedade moderna, a ausência de momentos que delimitam o processo de ser, estar e sentir-se menina-mulher, um lugar novo que também se configura como um não lugar, pode fragilizar ainda mais tais experiências. 

 

Os ritos sempre foram fundamentais nas transições, pois dão forma ao novo e criam um espaço seguro para a partilha. Na atualidade se faz urgente o resgate e ressignificação desses portais de passagem que marcam mudanças importantes dentro e fora. Receber a feminilidade a partir de uma mulher mais velha, com informação de qualidade, amorosidade, acolhimento e celebração, é um caminho necessário, um direito das meninas e um ato revolucionário de transformação para as gerações que estão por vir. Desa forma, permitiremos uma vivência mais saudável e leve da ciclicidade feminina, diminuindo as somatizações tão presentes na atualidade e abrindo espaço para que as potências do Feminino se manifestem.